Sexta feira, 26, da semana passada, o projeto de ATER (BAHIATER) do CEDASB promoveu uma atividade de intercambio de experiência na comunidade de Poço D’anta município de Planalto-BA, situado no Território Sudoeste Baiano. Contou com a participação de agricultores/as assistidos/as pela ATER das diversas comunidades de Vitória da Conquista, que é um dos três municípios atendidos pelo referido projeto, que além Vit. Da Conquista atende a Piripá e Cordeiros.

Os/as agricultores/as conheceram a experiência do Bio’Água Catingueiro, que é uma tecnologia implementada na propriedade dos irmãos agricultores/as: Kleyton e Sandra, e que está sendo referencia no que diz respeito ao reaproveitamento da água (principalmente da pia e do banho), produção de minhocas e do chorume/húmus para a produção e cultivo vegetal.

De início os agricultores/as “chegantes” foram recebidos pela comunidade local na pessoa da agricultora Sandra, que se apresentou, juntamente com toda equipe de ATER/CEDASB acolhendo a todos/as em nome de sua família e de toda a comunidade de Poço D’anta.  Em seguida, Sandra conduziu a todos/as para conhecer o banco de Sementes Crioulas, implementado pelo projeto “Sementes do Semiárido” mostrando a importância de cultivar, produzir e guardar a semente pura e livre de agrotóxicos. Sementes que resgatam tradições e garante uma produção alimentar saudável e cheia de vida. Ali mesmo, os agricultores/as já trocaram e garantiram seu punhado de sementes para cultivar na propriedade, que em algumas localidades já não se cultiva mais, devido a perca dessa tradição de cultivar e guardar a semente crioula.

Logo após a visita ao “Banco de Sementes”, os agricultores/as foram conhecer a experiência do Bio´Água Catingueiro. Uma verdadeira tecnologia de convivência com o Semiárido, que reutiliza água, produz minhocas, o húmus e o chorume: um poderoso biofertilizante no cultivo vegetal. Os agricultores/as ficaram encantados com o processo de funcionamento, estruturação do “BioÁgua” e os resultados dessa tecnologia de convivência. Desde a filtragem da água de uso doméstico, passando pelo minhocário até o tanque de armazenamento da água. Etapa essa onde a água já pode ser diretamente (re)utilizada, principalmente na “molhação” do quintal produtivo da família. A produção de minhocas pode ser comercializada, assim como o húmus por elas produzido, utilizadas também, na alimentação de aves e no trabalho de cultivo de hortaliças.  A agricultora, durante a apresentação do BioÁgua destaca orgulhosamente: “isso aqui pra nós é como uma criança, tem de ser muito bem zelada, pois é uma verdadeira preciosidade em meio à escassez de água dos últimos tempos”, disse Sandra. É um belo exemplo de aprendizagem de convivência com os períodos de estiagem no Semiárido. E bem manuseado, se torna fonte de renda e de vida em toda a propriedade.

Os/as agricultores/as tiraram muitas dúvidas, fizeram ponderações e já visualizaram (imaginaram) o ‘BioÁgua’ em sua propriedade, e voltaram do intercambio cheios de planos e boas expectativas. Foi uma verdadeira troca de saberes e produção de conhecimento entre àqueles que são os/as escritores/as de sua própria história. Sendo esse o princípio norteador e missão da ATER: promover a agroecologia, que unida à extensão rural fortalecem os/as agricultores, tornando-os protagonistas de sua história. E assim o projeto segue sua caminhada ajudando e ampliando a formação e promovendo essa troca de saberes e conhecimentos a partir de intercâmbios como esse.

O Projeto da Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER) é uma realização do CEDASB em parceria com o governo do Estado da Bahia através da BAHIATER-SDR.

Texto e imagens – Comunicação CEDASB