O projeto SEMENTES DO SEMIÁRIDO realizou nos dias 27, 28 e 29, nas comunidades de Mucuri, região de Boa Nova-BA e São José do Bomba, região de Cândido Sales-BA, as capacitações de comunidades. A capacitação junto ao projeto tem por objetivo a criação dos Bancos/Casas de sementes, a formação voltada para a convivência com o semiárido e o resgate das sementes tradicionais, Crioulas, dos Avós, da Esperança, da Gente e do Amor, como é chamada em cada região e lugar. Há dentro da dinâmica das capacitações além da orientação em torno das sementes, uma busca ao resgate cultural de cada comunidade. Isso fica visível na fala dos monitores que buscam focar a força da comunidade junto a sua historia e o seu contexto social, cultural e histórico.

Os Bancos/Casas de sementes tem essa ideia de a gente utilizar as sementes para dizer sobre as realidades de cada comunidade, elas são diversas e cada uma tem sua própria forma da condução e como será feito os Bancos/casas, logo vemos pela escolha do nome que é um momento lindo, rico e com muitas opções. Resgatar a historia das sementes é resgatar a vida das comunidades.

Mas existe uma ameaça. Esta é chamada de sementes transgênicas, as geneticamente modificadas. Quando perguntamos para os/as agricultores/as se alguém sabe o que é sementes transgênicas ou híbridas eles podem até não saber desse nome complicado, mas de forma popular aprenderam que são as chamadas sementes capadas, que nascem somente uma vez. “uma semente pode contar uma história”, disse dona Daís uma das coordenadoras da comunidade de São José do Bomba. Daís ainda nos relata que a vinda do projeto sementes pode resgatar coisas fundamentais que a comunidade tinha perdido, como exemplo os mutirões que nos últimos tempos a comunidade se esqueceu e que se tratava de um importante momento de comunhão.

Nas capacitações há três elementos fundamentais de discussões que são pautados de forma participativa pelos próprios agricultores/as. Primeiro: as sementes como elemento fundamental para a convivência com o semiárido, nisso tendo como base a segurança alimentar e a segurança de uma semente boa para o futuro; segundo: a importância da mulher no projeto, tendo-a como centro, a prior descobridora da agricultura e das sementes. Nesse contexto, a mulher é uma das bases na comunidade e ela é inserida nesse processo de formação e empoderamento, das suas lutas dentro de ambiente historicamente predominado por homens. Já o terceiro elemento de discussão foram os agrotóxicos, nesse sentido, as famílias/comunidades que são contempladas pelo o projeto são orientadas sobre os males dos agrotóxicos e os danos que eles trazem ao meio ambiente e à saúde das pessoas. Aqui o projeto tem como base a agroecologia, o fortalecimento de uma produção orgânica, livre de venenos, sem que o agricultor/a fique refém desse modelo do veneno que chamamos modelo da morte.

O projeto SEMENTES DO SEMIÁRIDO é gestado pelo CEDASB/ASA e financiado pelo MDS e BNDES e atende trinta e seis (36) comunidades em doze (12) municípios, Anagé, Belo Campo, Boa Nova, Bom Jesus da Serra, Caetanos, Cândido Sales, Maracás, Manoel Vitorino, Mirante, Poções, Planalto e Vitória da Conquista, na região Sudoeste da Bahia e, todo seu esforço é para garantir a soberania das sementes tradicionais e a autonomia das famílias do semiárido.

Por: Equipe de Comunicação- CEDASB

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