Compartilhar experiências exitosas, reflexão e debate (formação) e a celebração de uma caminhada de muitas desconstruções e reconstruções de conceitos marcaram positivamente a última oficina em Educação Contextualizada para Convivência com o Semiárido, com os/as educadores/as dos municípios de Mirante e Bom Jesus da Serra. Foi um momento especial e de uma profunda mística, que gerou um sentimento de pertença e fortalecimento da identidade com o semiárido. A começar pelo local do encontro, realizado no espaço da agroindústria de beneficiamento do Umbu localizada na comunidade do Espírito Santo, Mirante. Agroindústria essa, coordenada pelas mulheres da comunidade local, que mostram na prática sua capacidade de zelar e gestar as atividades de produção que acabam por ser sua fonte de renda e subsistência. Experiência essa, que foi apresentada aos educadores/as por dona Lourdes, uma das coordenadoras da agroindústria e presidenta da associação local.

No 3º e último módulo a realização dos “prazeres de casa” foi marcante e revelou sua grande viabilidade no processo de difusão e disseminação da educação contextualizada na perspectiva da convivência com o Semiárido. Os resultados apresentados foram de grande relevância e mostrou a real compreensão dos educadores/as envolvidos/as que puderam ‘experienciar’ que o Semiárido é uma grande “sala de aula” e que tudo no seu entorno é instrumento e elemento pedagógico: sua gente, sua fauna, flora, cores e sabores. Uma fala da professora Lúcia, durante a realização da atividade resumiu o sentimento de se pensar, refletir e debater educação contextualizada para a convivência com o semiárido, “discutir sobre educação contextualizada da forma que estamos a discutir, significa apropriar-se de tudo que existe e constitui o nosso semiárido, pois é isso que nos dá essa profunda identidade de pertença que motiva a pensar e construir essa educação contextualizada para a convivência com o nosso sertão”, afirmou profª Lúcia.

As tradições e costumes das comunidades são elementos de grande valor na formação da identidade e da cultura do povo do Semiárido. E o encerramento não poderia deixar de acontecer apresentações dos costumes e tradições da região do Espírito Santo. O sanfoneiro ‘Vadim’ e sua turma e a “pila do milho” fechou com chave de ouro o 3º módulo com os/as educadores/as. No pátio da agroindústria foi se achegando o povo do lugar e foi se ajuntando com os/as educadores/as e a folia começou em volta de um velho pilão, com a troca de versos rimados tirados de veneta os foliões pilavam e cantavam as alegrias e lutas do dia a dia. Na emenda da folia, ‘Vadim’ Sanfoneiro, no ritmo roceiro da zabumba, pandeiro e triangulo chamou o ritmo do forró rasta-pé e colocou o povo pra ‘ciscar’ no forró. A alegria “tomou de conta” e o sentimento de missão cumprida e de continuidade da luta foram a certeza de um plantio em terreno fértil, sempre na expectativa de uma farta colheita. É como diz a coordenadora Eliane: “Fica a saudade do convívio, e a certeza que a luta está apenas começando…”

Por,

Equipe Cisternas nas Escolas-CEDASB

 

Mais imagens do 3º módulo….