Foi realizado dia 13 Setembro na comunidade Candial região de Maracás o I encontro de Sementes Crioulas do Território do Vale do Jiquiriçá, promovido pela CAR, BAHIATER, SDR e SEDEAMA-Maracás, que também contou a participação de grupos de mulheres, entidades, associações, coletivo de jovens, comunidade e as guardiãs e os guardiões das sementes que são os motivadores que provocaram a realização deste encontro.

Este I encontro teve por objetivos fortalecer a rede de agricultores/as, tendo as guardiãs e os guardiões como protagonistas das sementes, tendo como princípio o resgate da agricultura camponesa/familiar. Como base à formação politica, a coletividade das comunidades, o resgate cultural, o pertencimento, a convivência com o semiárido e a segurança alimentar que garanta politicas publicas de direitos.

Segundo os organizadores o objetivo maior, além desse fortalecimento junto às comunidades, onde as casa de sementes foram feitas, é também se articular com os territórios e avançar nessa discursão. “a casa de sementes é o ponto de partida de se articular com o território, será nossa referencia”. Disse José Tosato da Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR).

Este I encontro já é resultado da casa de sementes da comunidade (Casa de Sementes Quatro Lagoas e Candial) que, foi inaugurada no dia 05 de Julho 2016 pelo o projeto SEMENTES DO SEMIARIDO que é executado pelo o CEDASB/ASA.

O Cedasb/Asa contribuiu na animação, mística e fazendo parte de uma mesa de debate, que teve como tema as organizações de campo e as politicas voltadas para as comunidades, que contou com vários representes como Bahiater, Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR) e Teia dos Povos.

Helena Paula coordenadora do projeto Sementes do Semiárido e representando o Cedasb/Asa, focou a importância da casa de sementes no processo de formação das comunidades (mulheres e jovens). Reiterando que este primeiro encontro já é um grande resultado da mobilização da comunidade de Candial, fruto da implantação da casa de sementes que tem por esses objetivos. Destacando também a necessidade de articular-se em redes, intercâmbios, promovendo a valorização das culturas, troca de experiências, priorizar as trocas de sementes entre as comunidades e resgatar todo um contexto de história das comunidades.

Logo após a mesa, os alunos do colégio Agrícola Edilson Freire, apresentaram um momento cultural de raiz, cantando os cantos da nossa gente da roça. A participação do colégio com os alunos já é uma mobilização do território com a juventude que, posteriormente, ficou das organizações presentes pensarem um intercambio entre as juventudes dos três territórios que estavam presente no evento, Baixo Sul, Sudoeste e Vale do Jiquiriçá.

A tarde houve um debate provocado por Joelson, da TEIA DOS POVOS, onde ele coloca as comunidades como força de resistência neste exato momento de regressão. É uma referencia às politicas que foram conquistadas nas regiões do semiárido e que agora se encontra sujeitas não ter continuidade. Para ele o momento é de luta, com mais intensidade, que, reivindicar politicas para o campo nunca foi fácil, sempre tivemos que “tá” nas trincheiras, fazendo com que os nossos direitos fossem ouvidos e conquistados.

Algumas provocações na fala de Joelson: “terra sem sementes não é nada, sementes sem terra se perde”.

“as elites do Brasil colocaram na nossa cabeça que tudo que é nosso é ruim, por isso vendemos tudo que é nosso para as multinacionais e estrangeiros”.

“precisamos empoderar nossas mulheres e para isso a casa de sementes e as sementes crioulas é uma referencia politica, ela não é somente sementes é formação”.

Joelson finalizou sua fala dizendo; “não tem sentido a terra, não tem sentido as sementes sem educação, o que também não teria sentido e que uma educação burguesa, mas que seja uma educação libertadora no campo e para o campo, onde todos, jovens, mulheres, possam permanecer com vida digna”.

As Sementes Crioulas tem essa função de empoderamento das guardiãs e dos guardiões, a casa de sementes tem como princípio para o semiárido: a convivência e a soberania, e dizer não as sementes transgênicas. Finalizamos com a mística, onde no centro da nossa vida como referência de luta e de conquistas está sempre a TERRA, SEMENTES e a ÁGUA.

NENHUM DIREITO A MENOS, SEMIÁRIDO VIVO e FORA TEMER!

Texto e Imagens: Núcleo de Comunicação CEDASB

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