Nas margens do rio São Francisco Agricultoras e agricultores familiares do semiárido, lideranças políticas locais e regionais e os movimentos sociais de Pernambuco, Bahia, Ceará, Minas Gerais e Piauí se reuniram nesta Segunda feira (11), em Juazeiro e Petrolina, para o ato “Semiárido contra o Golpe – Nenhum direito a menos” para denunciar o golpe que culminou com o afastamento da presidenta Dilma Rousseff (PT) e protestar contra os retrocessos que ameaçam os povos dessa região.

A caravana [Caravana Popular em Defesa da Democracia] foi organizada pela Articulação Semiárido Brasileiro (ASA) e pela Frente Brasil Popular (FBP) que é formada por partidos de esquerda e movimentos sociais como o MST, MAB, MPA, Levante Popular da Juventude, Consulta Popular, Pastoral da Juventude Rural, Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (CONTAG) e Marcha Mundial das Mulheres (MMM), que saíram às ruas com o objetivo de defender as políticas sociais e a iniciativa de convivência com o semiárido.

O ato em Juazeiro começou mais cedo, por volta das quatorze horas e contou com as presenças dos representantes que compõe a Frente Brasil Popular, o prefeito de Juazeiro, o senador Humberto Costa de Pernambuco, a deputada federal e presidente do PCdoB Luciana Santos, o secretário de Desenvolvimento Rural da Bahia Jerônimo Rodrigues, Cícero da Asa Bahia representante dos movimentos sociais, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o governador da Bahia Rui Costa que, na oportunidade, lançou entre o Governo da Bahia e o Fundo Internacional para o Desenvolvimento Agrícola, o programa Pró-Semiárido e entrega de materiais para agricultores/as; resultado do acordo de empréstimo (Fida). O projeto que será executado pela Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR/SDR), atuará para transformar a vida de 70 mil famílias da zona rural do Semiárido baiano, com investimentos de R$ 350 milhões.

Sobre o programa Pró-Semiárido o secretário de Desenvolvimento Rural da Bahia Jerônimo Rodrigues defendeu que “o Pró-Semiárido é um projeto que gostaríamos de ampliar para todo o estado, pela concepção do desenvolvimento das comunidades rurais mais pobres, tratando da estima, da soberania e da autonomia das comunidades envolvidas”. Já Cícero da Asa Bahia representante dos movimentos sociais foi categórico ao afirmar que na atual conjuntura política “nós não aceitamos retrocesso, não aceitamos que o povo do semiárido venha ficar refém da politica de cabresto do passado, não reconhecemos este governo ilegítimo e golpista, FORA TEMER, VOLTA DILMA”.

Mais tarde, cerca de dez mil pessoas marcharam pela ponte Presidente Dutra rumo à Avenida Joaquim Nabuco em Petrolina. O momento místico de entrega da água ao rio São Francisco só aumentaram ainda mais a vontade de luta e resistência, de defesa da democracia. Sobre isso Neidson Batista, da ASA salientou que “se hoje estamos com tantas conquistas foi porque lutamos e sempre tivemos que lutar e fazer sempre o diálogo com o governo, não é que o governo foi perfeito como queríamos, mas foi o que nos escutou e nos deu força, deu força a uma gente que se retirava pra outras regiões por falta de água, hoje não acontece mais isso porque existem as politicas que convivência com o semiárido que conquistamos, e foram tantas”.

Como o momento político é delicado e exige do povo brasileiro muita luta e determinação não há receitas prontas, mas, segundo Lula a abertura da linhas de créditos aos pobres seria uma das saídas. “Para mim, eu outra vez abriria a linha de crédito para os pobres, querem comprar um carro vão comprar, querem comprar televisão vão comprar. Eu colocaria dinheiro na mão do povo pobre, porque se a gente colocar uma política de financiamento de crédito de R$ 500 para cada pessoa, esse dinheiro vai virar comércio e vai gerar emprego e vai girar a economia brasileira, porque não dá para economia andar sem dinheiro circulando”, propôs Lula. Em outra de suas falas o ex- presidente afirmou que “se você quer acabar com a fome do seu país, não tem outro jeito: você precisa incluir o pobre no orçamento. Seria impossível esse país chegar onde chegou se não fossem vocês”.

Como foi possível perceber no ato “Semiárido contra o Golpe – Nenhum direito a menos”, a democracia não acontecerá sem a participação popular efetiva. E tal processo só é possível quando toda uma nação, mesmo com ideias opostas conseguem debater, entre si e com o estado, por ações que beneficiem não um grupo, ou um estado, mas toda população brasileira. A luta continua, pois, apesar de ser árdua ela é também incessante!

                                                                                         Por: Equipe de Comunicação CEDASB.

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