Foi sob o solo da cisterna calçadão e sob o toque da sanfona e violão que aconteceu na comunidade Onça em Manoel Vitorino/ BA, no dia 30 de junho, a inauguração da Casa de Sementes, executada pelo CEDASB através do Projeto Sementes do Semiárido e o Intercâmbio Intermunicipal do projeto Cisternas, executado pelo ISFA e que transcorreu no dia seguinte com visita à Cooperativa de Produção e Comercialização da Agricultura Familiar do Sudoeste da Bahia-COOPROAF e visita à sede do ISFA em Manoel Vitorino.

O momento que era de comemoração reuniu agricultores e agricultoras de Manoel Vitorino e também de Planalto que, mas do que prestigiar o evento aproveitou para debater sobre a atual situação do país e o que isto significa para a agricultura familiar camponesa. Climério e Francisco, sócios fundadores do CEDASB e ISFA puxaram a conversa e no decorrer do tempo o povo também foi falando. É isso mesmo, a companheirada na roça está de ouvido em pé e, cada um a seu modo, está buscando saber das coisas que acontecem além da cerca e cancela de suas casas.

O agricultor e agricultora compreendem que só ter o chão não basta. Tanto isso é verdade que, falando a língua do semiárido, semiárido que na fala de Leandro, presidente do ISFA é “forte e repleto de oportunidades” é que agricultores e agricultoras dão valor às sementes do amor. Sementes que não só aliviam a fome, mas que carregam consigo as histórias de um povo, seus costumes e tradição. “Nós que foi criado na lida da terra vemos a casa de sementes como a realização de um sonho, ela é de nós todos e nós tem de zelar, pois, assim como as cisternas que vieram como uma benção da água e ajudaram a gente conquistar a casa de sementes, também a casa de sementes vai fazer com que a gente consiga muitas coisa” (Ilupércia- agricultora e moradora da comunidade Onça).

Quem também estava muito feliz com a casa de sementes era dona Vanda. Ela e o esposo Carisvaldo que doaram o espaço para a construção da casa de sementes e que, no dia da inauguração fizeram questão de organizar uma feira livre, repleta de produtos da terra e um Bingo em prol de arrecadar fundos para a casa de sementes estavam, juntamente com os filhos Anderson e Breno, numa alegria só. Muito emocionada a agricultora foi logo dizendo que “enquanto eu tiver aqui, essa casa de sementes vai tá sempre aberta. Nela nós não vai guardar só semente, mas nossa cultura, nossa tradição e a história de nosso povo”.

Corroborando da fala de dona Vanda e Ilupércia, o técnico em agropecuária Liomar, que acompanhou a comunidade Onça na construção da casa de sementes, disse que a felicidade pela construção da casa de sementes não era somente dos agricultores e agricultoras beneficiados nas comunidades “essa alegria também é minha, pois, na época de execução dos projetos sou bem recebido pelas famílias como se eu fosse parte dela e é por isso que a dedicação vale a pena. O projeto pode terminar, mas a amizade conquistada e a certeza de que eu fiz parte dessa conquista vai ficar pra sempre”.

O intercâmbio intermunicipal e a inauguração da casa de Sementes proporcionaram aos agricultores e agricultoras de Manoel Vitorino e Planalto não apenas um dia de festividade e troca de experiências, mas o desejo de pertença, de comunhão e de luta dia-a-dia, próprias do povo do semiárido!

                                                                                       Por: Equipe de Comunicação CEDASB.

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