O PROJETO SEMENTES DO SEMIÁRIDO, CEDASB/ASA inaugura mais uma casa de sementes na região de Maracás Sudoeste Baiano, na comunidade de Gavião, terça 23 de Agosto.

A Casa de sementes recebeu o nome MARIA DE LURDES NOVAIS. O nome é por causa da mãe de dona Madalena, guardiã da casa de sementes. A homenagem da comunidade é reconhecida pelo histórico de dona Maria na comunidade, na labuta da roça dona Maria pegou um tempo muito difícil, onde era bem comum as mulheres saírem retiradas de léguas em busca de água para beber, molhar as plantações e dá de beber os bichos. “Minha mãe saía léguas com a lata na cabeça pra pegar água na cacimba”, disse dona Madalena.

Para a mística a comunidade cantou e refletiu sobre três elementos ÁGUA, TERRA e as SEMENTES, elementos fundamentais para a convivência com o semiárido e princípio da vida. A TERRA está concentrada nas mãos de poucos, enquanto muitos querem para plantar e não a tem, muito sangue derramado na luta pela terra, pouca reforma agrária e o povo ainda continua andante em busca da tão sonhada terra prometida. Já a ÁGUA, simboliza o quanto passamos, nos últimos tempos, por uma das maiores crises hídricas. Crise da qual só o agronegócio é responsável por 60% do consumo no país, de acordo com dados. Com isso, refletimos sobre uma crise que afeta diretamente as populações e comunidades. As SEMENTES por sua vez representam a ameaça das empresas com as sementes transgênicas; uma ameaça à soberania das comunidades, ameaça às sementes crioulas que os povos têm como patrimônio, riqueza cultural, resistência e soberania alimentar. As casas de sementes são então, uma forma de resistir nesse patrimônio que é prioritariamente das comunidades e do povo.

Quem também esteve presente na inauguração da Casa de sementes MARIA DE LURDES NOVAIS foi Nívea Silva do BAHIATER, membros do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Maracás e Iala Serra Queiroz, do Instituto Sócio Ambiental CUIDARE, que representou a secretaria de agricultura de Maracás. Iala destacou a importância da casa de sementes como espaço das/os guardiãs/ões se relacionarem de forma mais harmoniosa com as questões ambientais e convivência com o semiárido, e completou dizendo que, “a secretaria tá de portas abertas para as agricultoras e agricultores, guardiãs e guardiões que estão dentro deste processo de luta agroecológica e das sementes crioulas”.

Chegado o momento de abrir a casa, as bênçãos do povo da comunidade, as cantorias e os versos de agradecimento deram um sabor bem típico e cultural à abertura da casa de sementes. Lá todos puderam de forma alegre e festejante louvar a vida das/os guardiãs/ões da casa de sementes. CASA DE SEMENTES COMO CASA DA DIVERSIDADE QUE ACOLHE A TODAS E TODOS.

Por: Equipe de Comunicação CEDASB

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