Machismo mordaz impera
Espalhando covardia
Numa luta desigual
Mata cinco todo dia
Na fogueira desse mal
Faz mais vítimas na Bahia.
Me indagam pelas redes
Por que só malho o machismo
Eu insisto, teimo, explico
Pra destruir o sofismo
Que o feminismo destrói
E fortalece o machismo.
Se é pra fazer do cordel
Uma arma popular
Eu vou mirar no machismo
E nele vou disparar
Pras mina sobreviver
ele vai ter que tombar.
Dói, machuca, desnorteia
A gente lê no jornal
As vidas desperdiçadas
Parecendo um ritual
Mulheres violentadas
O mundo achando normal.
Companheiras precisamos
Nos unir, se organizar
Pra combater o machismo
Vamos repactuar
As normas de ensinamentos
E nossas mentes mudar.
Vamos ensinar os meninos
Que eles têm que respeitar
A vontade das meninas
Se ela quer terminar
O namoro, casamento…
E seu destino mudar.
Nada de desigualdades
No modo de educar
Seja menina ou menina
Vamos ‘recatequizar’
Menino lavando prato
E tudo que ele sujar.
Pras menina a gente diz
O que é valorizar
É ser livre, consciente
E não a roupa que usar
E o menino a gente diz
Pra minissaia respeitar.
A roupa que mina usa
Não há faz freira ou vulgar
Seja short ou minissaia
Não está querendo dá
Por isso não dá direito
Dele querer estuprar.
Vamos mudar o blá blá
Vamos nos organizar
Chega de tanta chacina
Se agente quiser mudar
O feminismo é a vacina
Que o mundo tem que usar.
Daniela Bento – Academia Sergipana do Cordel e militante do feminismo LGBTT