“As tarefas que nos propomos, devem conter exigências que pareçam ir além de nossas forças. Caso contrário, não descobrimos nosso poder, nem conhecemos nossas energias escondidas e assim deixamos de crescer”. (Leonardo Boff)
Na manhã do dia 15 de abril de 2021, uma quinta-feira, a equipe do Centro de Convivência e Desenvolvimento Agroecológico do Sudoeste da Bahia – CEDASB teve um momento de graça: compartilhou de suas experiências e colheu sementes boas de vida e esperança com o companheiro Adriano Martins, assessor do Centro de Assessorias e Apoio a Iniciativas Sociais – CAIS e representante da Agencia de Cooperação Internacional, MISEREOR.
Foi um momento de escuta mútua, onde de cá, passávamos experiências vividas e angústias pelo duro momento que o mundo vive, em especial o Brasil. Momento que afeta toda a sociedade, mas claro que os mais pobres são sempre os mais atingidos e menos favorecidos pelas políticas de governo.
Neste sentido, o CEDASB, que é uma organização social cujo o trabalho é dedicado de forma prioritária ao homem e mulher do campo, mas também com um olhar na integração campo e cidade, sofreu os impactos da crise que assola o país.
A descontinuidade de políticas sociais estruturantes como os projetos de Cisternas de Captação de Água de Chuva para Consumo Humano (16 mil litros de água) e Água para Produção e dessedentação de pequenos animais, bem como a Política de Assistência Técnica e Extensão Rural, Programa de Aquisição de Alimentos – PAA, entre tantos outros, “feriram gravemente” não apenas a população carente, como também uma rede de organizações da sociedade civil que atuam no assessoramento desta população.
Por isso, o CEDASB preocupado com a descontinuidade de suas ações, bem como com a fragilidade nas comunidades que historicamente acompanhou, tem buscado “ouvir”, se aconselhar com pessoas que dedicou a vida à militância das organizações sociais.
Com os ouvidos atentos, os técnicos e técnicas da instituição pararam para um momento de partilha com o companheiro Adriano Martins. Foi um momento de aprendizado, uma riqueza de informações e, ao mesmo tempo, matamos um pouco a saudade de tantos encontros presenciais realizados pela a ASA e outras frentes que esta PANDEMIA tem nos impedido de realizar.
Escutar Adriano é fácil, você conseguiria ficar horas e horas apenas ouvindo. Com sua voz tranquila, tranquilizante diria até, ele nos ensina, ou melhor, extrai de nós, os conhecimentos que estão lá, guardados, adormecidos, que a gente nem sabe que tem, mas que com as palavras certas, os gestos certos, faz florescer e iluminar nossa caminhada.
Foi assim, nossa manhã, cheia de conhecimentos, de partilhas e de crença de que o amanhã chegará e mais cedo que pensamos, com a certeza de que vencemos estes tempos difíceis, de mãos dadas, somando-se a cada pessoa que torna-se semente para ver brotar a esperança do verbo esperançar.
Texto: Climério Vale