O planejamento em uma unidade produtiva familiar (UPF) é uma das principais estratégias para o aumento da sustentabilidade e rentabilidade. É com esse planejamento que os/as agricultores/as conseguem se preparar para eventos adversos, como a escassez de chuva, infestação de insetos, necessidade de mão-de-obra, custos de maquinários e muitos outros.
Da mesma forma que o planejamento é importante para o desenvolvimento de uma UPF, o planejamento comunitário participativo, adequado à realidade local, é essencial para o bom desempenho da assessoria técnica e extensão rural.
No Projeto de Assistência Técnica e Extensão Rural Agroecológica – Chamada Pública 001/2018 SDR/BAHIATER, executado pelo CEDASB, duas importantes etapas antecederam o planejamento comunitário: os diagnósticos das unidades produtivas familiares e os diagnósticos comunitários participativos, onde foi possível conhecer os principais sistemas produtivos, as potencialidades e limitações das comunidades e de seus/suas moradores/as.
Em todas as ações desenvolvidas pela equipe técnica do CEDASB, foram consideradas e combinadas as experiências e conhecimentos dos/as agricultores/as com o conhecimento técnico da equipe. Essa opção metodológica tem como intuito proporcionar o envolvimento da comunidade na tomada de decisões, de forma a construir e sinalizar atividades que poderão os/as beneficiar mais efetivamente, durante o desenvolvimento do projeto.
Como destacou o jovem agricultor João Pereira Almeida, morador da Comunidade Cachoeira, no município de Anagé/Ba:
“se a gente focar e conseguir fazer tudo isso que a gente disse aqui no planejamento, daqui a um ano muita coisa vai ser melhor, porque é tudo que a gente precisa no momento pra melhorar de vida. Mas o principal é que conseguimos ver que podemos melhorar se a gente tiver perseverança e seguir em frente”.
Além disso, para que todos os objetivos do planejamento sejam alcançados, foi incluída a participação dos agentes e parceiros que estão relacionados com a comunidade e com o município, no sentido de somar forças para que se aumente a probabilidade de sucesso dos/as agricultores/as no processo de transição agroecológica, durante e após a execução do projeto de ATER Agroecológica.
Sabemos que o desenvolvimento de uma comunidade e de uma UPF não se justifica apenas em rendimentos, lucros, acessos aos mercados, e relações de compra e venda. Ele também se fundamenta na melhoria da condição ambiental, na formação de lideranças locais, na capacitação dos/as agricultores/as de acessarem as políticas públicas para a comunidade, na garantia da segurança alimentar e nutricional para as famílias, no fortalecimento do papel das mulheres na tomada de decisões, e muitos outros fatores que não estão diretamente ligados a aumento de produção e geração de renda.
Por isso, sigamos a planejar o futuro, mas sempre a esperançar no presente!
Texto: Jacqueline Viana e Eliane Almeida