No dia 05 de março de 2024, o CEDASB e o ISFA promoveram a Formação para Monitores(as) do Curso de Gestão de Recursos Hídricos – GRH que serão realizados com às famílias que receberão as cisternas de água de beber, no âmbito do Programa Um Milhão de Cisternas – P1MC.
A formação para monitores(as) foi uma iniciativa das organizações e é etapa essencial para os futuros monitores. O objetivo principal foi informar, capacitar e preparar os(as) monitores(as) para executar a programação construída de maneira eficaz. Durante a formação foram abordados tanto os aspectos teóricos quanto práticos da Capacitação em Gestão de Recursos Hídricos e forneceu uma base sólida para a facilitação do curso. Além disso, a abordagem adotada visou não apenas fornecer conhecimento técnico, mas também promover uma compreensão holística dos desafios relacionados à água e envolver a comunidade na gestão sustentável dos recursos hídricos.
O Curso de Capacitação em Gestão dos Recursos Hídricos é uma ação prevista no projeto, com duração de 16 horas, para os(as) beneficiários(as), e visa promover reflexões sobre as características naturais da região semiárida, apresentar as práticas de convivência sustentável, contextualizar historicamente as Políticas Públicas de Convivência com o Semiárido, além de abordar tecnologias de captação da água da chuva e a importância do manejo e gerenciamento da água.
A formação foi facilitada por Eliane Almeida, Geógrafa e Coordenadora de Projetos no CEDASB; e contou com a participação de Clemilda Souza, Leandro Abreu, Getúlio Tigre, Renato Evangelista e Jacqueline Viana, entre outros membros da equipe do CEDASB e do ISFA. A metodologia participativa adotada permitiu que todos os participantes pudessem contribuir, sanar dúvidas e se preparar de forma eficaz para sua futura atuação nas comunidades.
Durante a formação para monitores do Curso de Gestão de Recursos Hídricos, várias falas ressaltaram a importância das metodologias participativas e dinâmicas de aprendizado. Leandro Abreu destacou a eficácia dessas abordagens, que não apenas envolvem os participantes, mas também os capacitam a construir conhecimento de forma colaborativa. Ele enfatizou a valorização dos diferentes saberes das pessoas e a conscientização política resultante desses encontros.
“A dinâmica que relembra uma fonte de água da infância nos ajuda a desmistificar a ideia de combate à seca, promovendo a adoção de soluções para a convivência com o semiárido. Antes, as pessoas não contavam suas histórias, suas memórias e também não eram ouvidas. A opção que tinham era aceitar as soluções descontextualizadas e sem respeito com a natureza. A partir do momento que começamos a contar nossas histórias e incentivar as pessoas a valorizarem suas histórias de vida, a história começa a mudar e percebemos que tudo tem um significado por trás.” (Leandro Abreu)
Climério Vale, Secretário Executivo do CEDASB, destacou a importância de transmitir entusiasmo durante as Capacitações em Gestão de Recursos Hídricos. “O impacto que essas capacitações têm nas comunidades é significativo, por isso é importante chegarmos inteiros, independente dos nossos desafios pessoais. O(a) monitor(a) precisa ter o compromisso de realizar o GRH com entusiasmo, empenho e dedicação para inspirar e capacitar cada agricultor e agricultora presente.”
Iolanda Santos mencionou a dinâmica do “cochicho” como uma maneira eficaz de promover a interação entre os participantes e superar a timidez, facilitando o engajamento no curso. Leandro Gonçalves e Eliane Almeida também salientaram a importância de integrar dinâmicas que abordem os temas específicos do curso, como convivência com o semiárido, em diferentes momentos da formação, adaptando-as para melhorar a compreensão e evitar monotonia.
“A dinâmica do “cochicho”, pode ser de apresentação ou de sondagem do que o povo entende por Agroecologia, Política Pública, semiárido, entre outras. Servem também para dinamizar a atividade para não ficar cansativo, e ajudar na compreensão partindo dos saberes dos próprios participantes.” (Eliane Almeida)
Renato Evangelista ressaltou como as dinâmicas podem transformar vidas, citando casos de pessoas tímidas que se tornaram líderes comunitários após participarem desses encontros. Ele destacou a valorização dos saberes individuais como um elemento-chave para superar barreiras e promover a participação ativa dos envolvidos.
“Eu conheço gente extremamente tímida que mal dava um bom dia nas reuniões. Com nossos encontros e dinâmicas, ela se abriu, se permitiu e hoje é presidente de uma associação, é cantora na igreja e se tornou uma liderança comunitária. Ou seja, por valorizar o saber dela, barreiras foram quebradas e as pessoas se encontram. Essas metodologias transformam a vida das pessoas.” (Renato Evangelista)
Essas falas enfatizam a importância das metodologias participativas e dinâmicas de aprendizado não apenas para transmitir conhecimento, mas também para promover o engajamento, superar desafios e transformar vidas nas comunidades envolvidas no GRH.
A formação para monitores do GRH representa um passo importante na preparação das comunidades para lidar com os desafios do semiárido. Ao capacitar esses monitores, não apenas se promove o conhecimento técnico, mas também se fortalece o compromisso com a gestão sustentável da água, essencial para o desenvolvimento e a melhoria da qualidade de vida das famílias.
Texto Jacqueline Viana e Clemilda Souza - Comunicadoras Populares