No dia 06 de dezembro o CEDASB teve a alegria de realizar o 1º Encontro com a juventude do Projeto Mãos Jovens que Alimentam. O objetivo principal foi possibilitar a socialização de realidades, a fala e a escuta de anseios, e reflexões sobre o chão onde cada uma/um vivem, pisam e trabalham. A experiência foi extraordinária! Na oportunidade foi possível revisitar os objetivos da proposta do projeto, bem como situá-los/las como se procederá o processo de execução das atividades, protagonizado principalmente por eles/elas.

E teve cantorias, poemas e muito bom humor. Cada grupo de jovens trouxer um pouco da cultura de seus territórios, e a partir dela podemos conhecer, já de início, o que pensam, sentem e esperam da vida de quem vive no campo. A dinâmica da construção das árvores genealógicas familiares foi uma ponte para que a discussão e reflexão sobre a agricultura familiar – uma atividade de seus antepassados (dos mais próximos, aos mais antigos) fosse mais problematizada, o que possibilitou a observação de que se trata de uma atividade ancestral, que ainda perdura entre as gerações. E, que cada pessoa, do campo ou não, tem na sua história familiar entrelaçamento com o campo e com a agricultura.

Discutiu-se também sobre os desdobramentos do esvaziamento do campo para essa geração, e gerações futuras, e a urgente necessidade de a agricultura familiar ter mais orçamento estatal para que a juventude possa ter as condições de desenvolver as atividades agrícolas, ao passo que, também possam ter sua dignidade de viver bem, garantida.

As reflexões levaram ao entendimento de todos e todas participantes, de que a questão da sucessão rural não é uma pauta importante somente para quem está no campo, mas sobretudo para as pessoas que subsistem e existem nas cidades. Foram importantes visões de mundo compartilhadas, e o compromisso em fazer do Projeto Mãos jovens que alimentam uma oportunidade promissora, foi, mais uma vez, pactuado.

“Juventude que ousa lutar…..constrói o poder popular!”
(grito de guerra aderido pelos jovens no evento)





Texto
Eliane Almeida - Coord. de Projetos do Cedasb