O Centro de Convivência e Desenvolvimento Agroecológico do Sudoeste da Bahia (CEDASB) de forma a contribuir de maneira sustentável com ações estratégicas e com o objetivo de demonstrar procedimentos de resgate, produção e multiplicação de cultivares de sementes crioulas para a garantia da segurança e soberania alimentar e nutricional de agricultores familiares realizou no dia 19 de dezembro um intercâmbio na comunidade Bom Jesus de Cima, no município de Bom Jesus da Serra.
Os agricultores da comunidade Mandacaru, município de Cordeiros e o Coordenador do Setaf do Território do Sudoeste Baiano foram conhecer o Banco de Sementes dos Sonhos, uma iniciativa da equipe técnica do Ater/Bahiater, juntamente com os agricultores que almejam implantar na própria comunidade um Banco de Sementes.
As visitas começaram pela propriedade da agricultora Jessi Meira, que trabalha com horta agroecológica, minhocario, biogeo e plantio em pneus. A agricultora Joana da comunidade de Mandacaru ficou impressionada com a horta: “isso aqui parece mais um jardim, é um paraíso”. “Estou radiante com o aproveitamento dos pneus, além de cuidar do meio ambiente, pode produzir muito bem, vou fazer lá na minha roça” mencionou Nilda de Mandacaru.
Posteriormente, os agricultores foram conhecer a experiência da Eliene Bispo, agricultora que atualmente trabalha com produção, consumo e comercialização de alimentos agroecológicos, artesanato, além da produção e seleção de sementes crioulas. Eliene declarou que antes ela não enxergava a propriedade dela como um meio de sobrevivência, mas a partir do momento que se envolveu com a comunidade e com as experiências de Jessi, percebeu que sua propriedade tinha potencial. Deixou de trabalhar de doméstica e juntou ao marido e filhos e começaram a produzir. Hoje toda a renda da família vem da produção da propriedade.
E a expectativa maior ficou por conta do Banco de Sementes dos Sonhos que foi apresentado pelo o Senhor Tico que fez uma retrospectiva da constituição do banco, destacando que o mesmo serve como garantia para os produtores rurais, pois as sementes podem sofrer com problemas climáticos, como a falta de chuva que pode prejudicar a safra, e tendo o banco de sementes os agricultores podem contar com as sementes armazenadas para recuperar a produção. Salientou que a comunidade está envolvida com procedimentos de resgate, conservação e multiplicação de cultivares crioulas. Os agricultores tiveram a oportunidade de conhecer uma grande variedade e diversidade de sementes crioulas. A comunidade distribuiu para o grupo visitante sementes crioulas produzidas pelas as famílias e respondeu a várias perguntas do grupo. Roque Guimarães, Coordenador do Setaf, salientou que estava muito contente em participar do intercâmbio e perceber que o Cedasb executa o trabalho que o estado almeja. Já Sr. Antonio da Comunidade de Mandacaru disse: “Tudo que visitamos hoje aqui é um exemplo para cada um de nós que viemos de Mandacaru para melhorar e aproveitar e aumentar a nossa produção. Essa é uma comunidade bem organizada e que mostrou que nós também podemos ter o nosso banco de sementes, basta a gente querer”
De acordo com Helena Paula, Engenheira Agrônoma e Coordenadora do Lote 38 ATER/Bahiater o intercâmbio atingiu sua finalidade de contribuir com o processo de formação dos agricultores através da troca de conhecimentos tradicionais, práticas agroecológicos e principalmente na implantação de um Banco de Sementes na comunidade do Mandacaru.
Texto – Helena Paula CEDASB Imagens- Comunicação CEDASB