Beneficiários do Programa Uma Terra e Duas Águas (P1+2), dos municípios de Cândido Sales e Anagé participaram nos dias 13 e 14 de setembro da Visita Intermunicipal entre Agricultores e Agricultoras Familiares para Multiplicação de Experiências.

Na visita à comunidade Poço Dantas em Planalto/ BA, os agricultores e agricultoras beneficiados puderam conhecer com o agricultor experimentador Cleiton e sua família o Sistema Bioágua Catingueiro. A tecnologia consiste na filtragem dos resíduos presentes na água cinza (água residual decorrente de processos domésticos como lavar roupa, lavar louças e tomar banho) e na digestão e absorção da matéria orgânica por população de microorganismos e minhocas que permitem a devolução da água ao meio ambiente sem prejudicá-lo. Com esse sistema a água de reuso pode ser destinada à produção alimentos para a agricultura familiar. O agricultor Otaviano, morador em Anagé, ao ver o sistema já foi logo perguntando sobre o modo de construção, custos e modos de comercialização.

A visita que começou pela manhã se estendeu durante todo o dia. E todo mundo participou. Debateram sobre convivência com o semiárido, o reuso da água e a importância dessa mudança para o meio ambiente, políticas públicas, soberania camponesa e conjuntura política. Foi seu Gilberto quem ressaltou a importância da troca de experiências “minha gente é em momentos assim que a gente se fortalece! Na atual situação política, nós que tivemos nosso voto deslegitimado temos que nos unir, valorizar nosso trabalho de agricultor e nos organizar, pois só assim não perderemos tudo o que conquistamos com muita luta e suor. Findada as discussões nesse primeiro momento os agricultores visitantes depois dos cânticos e oração se despediram da comunidade Poço Dantas e seguiram para o Sítio Sul em Vitória da Conquista.

No dia seguinte os agricultores visitantes conheceram o NUPEBEM (Núcleo de Permacultura do Bem) e as experiências que o equipe vem desenvolvendo. Divididos em grupos os agricultores e agricultoras foram ver de perto o cultivo em agrofloresta e o meliponário de abelhas sem ferrão. Assim, enquanto Milena e Ricardo explicavam sobre o manuseio e cuidado com as abelhas a um dos grupos, Elisa e Micael mostravam a qualidade e a diversidade dos alimentos, arvores nativas e frutíferas cultivadas em agrofloresta. Dona Maria ficou admirada com tanta beleza “quando a Elisa me falou como era o solo antes dele se tornar o que é hoje eu não acreditei. Principalmente porque a gente tem nossa rocinha e fica achando que a nossa é pior que a dos outro. E não é, só precisa de coragem pra pôr em prática e depois cuidado e isso eu tenho!”

A troca de saberes não parou por aí. Depois de conhecer cada uma das experiências os agricultores e agricultoras se reuniram na plenária para sistematizar o que haviam visto. Na conversa os agricultores e agricultoras viram que além do alimento de qualidade, proteção do solo, manejo responsável a agricultura familiar é sim um mercado promissor. A Visita Intermunicipal também possibilitou a todos verem o valor de seu trabalho e a importância de disseminar com os outros agricultores o que viram nos dois dias. Nesse sentido, a Visita Intermunicipal atingiu sua finalidade; contribuir com o processo de mobilização social para a convivência com o semiárido.

Por: Equipe de Comunicação CEDASB

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