No dia 30/07 foram inauguradas mais duas casas de sementes (PROJETO SEMENTES DO SEMIÁRIDO, GESTADO PELO CEDASB/ASA) na região de Planalto/BA. Comunidade quilombola de Cinzento e comunidade Vereda Nova.

O Cinzento assim como as sementes da resistência, resiste. A história das sementes tem um pouco dessa luta de resistência das comunidades; as populações tradicionais sempre tiveram como prática ancestral passada de geração pra geração, de manter a sua semente, de manter a sua diversidade, biodiversidade e a sua fé. Casa de sementes SANTA FÉ é nome dado pelo/a os/as guardiões e guardiãs das sementes e essa designação traz um pouco das suas origens da comunidade, de quando chegaram ali.

A abertura da celebração mística, o maculelê trouxe o canto, a batida, as raízes e o gingado do povo de santo (Terreiro), saudando seus ancestrais e reverenciando Nossa Senhora da Conceição. O Reisado trouxe a devoção popular, a reza, os santos sendo lembrados e a história do povo e suas caminhadas. No momento da celebração da benção da casa, dona Delci Pereira, guardiã das sementes na comunidade, agradeceu a todos/as, “eu, de coração, agradeço ao Cedasb/Asa que vem nos dando esse apoio. Agradeço a Terêncio, animador técnico que nos acompanhou em cada etapa da construção da casa”. Ela ainda completa dizendo; “a casa é uma riqueza pra nós, semente é a vida, se perde as sementes perdemos também a vida, porque elas contam a nossa historia”.

Logo após este momento de sabedoria das guardiãs e os guardiões, a equipe de animadores realizou o teste de transgenia, onde foi identificada que as sementes da comunidade são crioulas.

O Cinzento traz um fio de esperança na angústia do povo preto resistente, é uma resistência que eles, todos os dias, têm que provar e lutar. Não seria diferente a historia dessas comunidades que, refugiados, se esconderam nos recantos dos cantos desse nosso imenso Brasil cultural de contradições. Eles resistiram até os dias de hoje com sua identidade.

Suas origens se confundem com um Brasil que sempre priorizou uma classe e que esqueceu outra. “somos povos sementes de uma nova nação”. Quando um negro quilombola fala, ele não fala com tom de saudades, não fala com um tom de festa, apesar de, naquele momento de inauguração da casa de sementes ter sido de festa e celebração.

Eles trazem algo de forte no seu falar, no seu cantar e até mesmo no seu silenciar. Eles falam com um tom de muita tristeza, mas também com um olhar não mais olhando para o chão, mas um olhar pra o alto e para frente, é luta sempre! Cinzento resiste!

Já em Vereda Nova a inauguração aconteceu no cair da noite, ouve um momento de oração pela casa, os agradecimentos ao Cedasb e finalizando com o teste de transgenia.

Por: Equipe de Comunicação.

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