Eliane Almeida – Geógrafa, Sócia do Cedasb e Conselheira do CONSEA-BA

Olá meu povo! Olha nós aqui de novo. Viemos informar mais uma andança do CEDASB. Nos dias 29 e 30 de agosto de 2024, o CEDASB se fez presente na Plenária Ordinária do CONSEA-BA em Salvador. A pauta que orientou a plenária foi sobre os impactos das mudanças climáticas na soberania e segurança alimentar no estado da Bahia, e foi conduzida pelos(as) conselheiros(as) representantes das Organizações da Sociedade Civil, de Fóruns, de Redes e Movimentos Sociais e Sindicais, e por representantes do governo: INEMA, SEMA, SEAGRI, SEADES, Casa Civil, Coordenação e membros do Projeto Bahia Sem Fome, e SESAB.

O CONSEA-BA recebeu, nesta plenária, a visita de Luiza Trabuco, Coordenadora do Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (SISAN) e da Valéria Burity, Secretária Nacional do Combate à Pobreza e a Fome, ambas do MDS.

As discussões foram muitas, e complexas. No entanto, foi unânime o entendimento de que é urgente repensarmos como a sociedade está se relacionando com a natureza, e que as mudanças do clima são reflexos do modelo de desenvolvimento adotado pelo Brasil, e por tantos outros países do mundo. A produção de alimentos é um setor que já está sendo impactado pelas mudanças climáticas identificadas, e a intensificação deste processo tende a tornar mais complexa esta produção camponesa e familiar nos mais diversos territórios.

Pensar em traçar um plano para minimizar os impactos das mudanças climáticas é, necessariamente, implementar ações estatais estruturantes, pois o contrário não responderá pelas demandas atuais e futuras, sobretudo no que diz respeito à produção de alimentos e a democratização de seu acesso pela sociedade, principalmente às pessoas em situação de vulnerabilidade social.

Parques eólicos, mineradoras, agrohidronegócio são atividades econômicas que precisam de maior rigor nas fiscalizações, regularizações e punições, pois são agentes sociais que mais contribuem para a ampliação de desmatamentos e poluição de rios e solos, o que gera impactos diretos e indiretos na vida de camponeses(as), de ribeirinhos(as) e também das populações urbanas.

Portanto, o CONSEA refletiu que, o governo do estado da Bahia, embora já tenha se mostrado comprometido com a agricultura familiar, precisa potencializar ainda mais as ações de fortalecimento dos povos tradicionais e dos povos originários, na garantia do direito à terra e seus territórios, à água, a implementos agrícolas adequados, bem como desburocratizar o acesso aos mercados institucionais. Estes povos, além de serem os maiores protetores e preservadores dos recursos naturais no estado, são povos que produzem os alimentos que chegam em grande parte dos lares baianos.

Eliane Almeida e Naidson Baptista

Por cá, as organizações da sociedade civil do CONSEA-BA seguem cumprindo seu papel de discutir, debater, e apresentar realidades concretas junto ao governo, buscando tornar a segurança alimentar e nutricional uma realidade efetivamente materializada no dia-a-dia do povo baiano.

SIGAMOS!

 

 

 

 

Texto Eliane Almeida – Geógrafa, Sócia do Cedasb e Conselheira do CONSEA-BA