A propriedade e o direito às sementes sempre foi e será de cada agricultor e agricultora que por gerações cultivaram e mantiveram preservada sua diversidade. E não podia ser diferente, pois, as sementes são belas, resistentes, com grande poder de multiplicação. São também divinas porque brotam do solo e como obra de Deus mantém vivo todos os seres vivos e, inclusive, toda história cultural da humanidade.
É reconhecendo a importância das sementes que na última sexta-feira, dia 29 de julho, a comunidade de Poço da Pedra em Manoel Vitorino- BA esteve em festa. Festa de inauguração da casa de sementes Criômelhor. E, sendo festa, não podia faltar o famoso banquete sertanejo, mística de abertura e música da banda Remela de Gato que colocou o povo todo para balançar o esqueleto. Houve também teste de transgenia e um proseado sobre convivência com o semiárido, de cuidados com as tecnologias sociais, de princípios de agroecologia e de igualdade no direito de viver.
Quem puxou a conversa foi Cristiano, colaborador no ISFA e técnico agrícola. “A gente sabe que a casa de sementes é um espaço de armazenamento e de troca de sementes. Mas não é só isso; ela também é espaço para questões políticas, ambientais, econômicas e sociais”. Desse modo, como bem lembrou Climério, secretário executivo do CEDASB “uma comunidade desorganizada é fácil de ser desarticulada. Contudo, quando a gente se organiza em comunidade a gente passa a compreender melhor nossos direitos e a lutar para garantir que esses direitos sejam assegurados”. A menção de Cristiano e Clímério é pertinente uma vez que os Bancos de Sementes são uma das formas de garantir e proporcionar a autonomia, e o bem- estar das famílias camponesas.
Logo, é através da semente, esse elemento sagrado que, como bem atestou Olga, cooperada na casa de sementes, membro na comissão municipal, estudante em educação no campo e agricultora que “nos autoafirmaremos, pois o dia de hoje é de resgate. Resgate da nossa identidade, da nossa vida. Ela é ainda a continuidade de tudo o que é bom e próspero”.
Por: Equipe de Comunicação.