Os jovens assessorados pelo Cedasb através do projeto “Mãos Jovens que Alimentam” participaram de um Intercâmbio Interestadual na Paraíba, onde conheceram as experiências consolidadas da AS-PTA, da COOPBORBOREMA e do Sindicato dos Trabalhadores Rurais com a juventude paraibana.

Além dos jovens, membros da equipe técnica e da Coordenação de Projetos também participaram do intercâmbio, visando se apropriar das vivências e metodologias desenvolvidas com a juventude rural para aprimorar suas contribuições em suas áreas de atuação.

Esse intercâmbio foi possível graças à parceria entre o CEDASB e a AS-PTA, ambos executando projetos com a cooperação internacional da Terre des Hommes. A AS-PTA, nossa anfitriã, compartilhou suas ações com crianças, adolescentes e jovens, destacando a importância dos processos de formação permanente para o desenvolvimento de cidadãos conscientes de sua história, cultura, disputas e conquistas em seus territórios.

O fortalecimento da auto-organização, o programa de formação permanente, a articulação dos processos de experimentação, e a autonomia na tomada de decisões e na conquista de espaços foram alguns dos caminhos trilhados pela equipe da AS-PTA para superar os principais desafios enfrentados pela juventude no território da Borborema.

Também conhecemos o trabalho da Cooperativa da Agricultura Familiar Camponesa do Polo da Borborema – COOPBORBOREMA, que se dedica ao resgate, multiplicação, produção de derivados e comercialização das sementes de milho crioulas, livres de transgênicos e agroecológicos.

Uma experiência marcante para todos os intercambistas foi o trabalho do Sindicato dos Trabalhadores Rurais ligado ao Polo da Borborema. Eles relataram iniciativas para tornar o sindicato mais acessível e próximo dos agricultores familiares, incentivando a juventude a ocupar espaços de liderança. Conhecemos e ouvimos relatos do casal de jovens agricultores, Aline e Júlio, que compartilharam sua experiência com o acesso ao mercado através da Quitanda da Borborema de Lagoa Seca-PB.

No segundo dia do intercâmbio, tivemos a oportunidade de conhecer as experiências da juventude campesina da Paraíba, assessorada pela AS-PTA, com os Cultivos Agroflorestais: Rede de Viveiros e Apicultura na Comunidade Fragoso em Solânea-PB. Na Comunidade Araçá, no município de Arara-PB, conhecemos a vivência dos(as) jovens agricultores com os Fundos Rotativos Solidários para pequenas criações. Em ambas as comunidades, ouvimos depoimentos inspiradores de como essas práticas estimularam a união e solidariedade, possibilitaram a geração de renda e autonomia financeira, e contribuíram para a permanência desses jovens no campo.

 

Ana Clara, da Comunidade Fundo, em Anagé-Ba, compartilhou sua experiência:

“Foi uma experiência incrível participar desse intercâmbio e conhecer de perto o trabalho realizado com a juventude camponesa. Pude ver projetos que incentivam a produção agroecológica no campo, promovendo a autonomia e o protagonismo da juventude. Esses projetos incentivam a permanência dos jovens no campo com qualidade de vida e dignidade, mostrando que o jovem rural tem uma grande força de transformação, mesmo a partir de recursos simples. Muitas vezes, o simples é o mais poderoso, o menos pode ser mais.”

 

Sabrina Salles, de 19 anos, da comunidade Agreste, em Tremedal, Bahia, também compartilhou suas impressões:

“Faço parte da Associação Quilombola do meu município e do projeto TDH do CEDASB. Fiquei muito agradecida por viver outras experiências fora do meu estado. Achei incrível! Na Paraíba, a experiência do sindicato me chamou a atenção, pois lá o sindicato realmente fornece recursos para a população e promove formas de convivência em conjunto. É muito diferente do sindicato daqui. Pretendo trazer e colocar em prática na minha comunidade a experiência do Fundo Rotativo, porque é excelente para o desenvolvimento local.”

Os depoimentos de Ana Clara e Sabrina Salles enriqueceram ainda mais a troca de experiências durante o intercâmbio, evidenciando o impacto positivo dessas iniciativas na vida dos jovens rurais.

 

Texto
Jacqueline Viana - Comunicadora do Cedasb