A família dos agricultores Conrado Neto Ribeiro e Rosalia de Oliveira Sales Ribeiro, moram na Comunidade do Peixe na região de Alvorada, Município de Cordeiros/BA, e são uma das 240 famílias do município que são acompanhadas pela Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER) executada pelo Centro de Convivência e Desenvolvimento Agroecológico do Sudoeste da Bahia (CEDASB) em parceria com a Superintendência Baiana de Assistência Técnica e Extensão Rural (BAHIATER), vinculada a Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR) do Governo do Estado.
Conrado é popularmente conhecido como Neto do Leite e sua família é um bom exemplo de como dinamizar a produção sustentável dos sistemas agrícolas nas unidades produtivas familiares através da utilização de biodigestores/biogás. Foi em conversa com o técnico da ATER do CEDASB, Daniel Brito de Lima, que o agricultor Neto do Leite teve acesso as informações e resolveu investir na construção de um biodigestor em sua unidade produtiva. Foram aproximadamente 20 dias de construção e mais 35 dias alimentando o tanque de fermentação com esterco de gado fresco e água, para começar a utilizar os produtos da biodigestão.
Biodigestores são câmaras onde se processam a biodigestão anaeróbica do substrato (esterco fresco), e são utilizados para produção de biogás e biofertilizantes. O biogás passa por uma tubulação e alimenta o fogão, o motor, a geladeira ou outro ponto de uso. Já o biofertilizante é retirado da caixa de saída e aplicado nas áreas de cultivo como adubação orgânica.
Foi buscando melhorar a renda e a qualidade de vida da família, que Dona Rosália e Neto do Leite abraçaram a proposta da construção do biodigestor como um meio de aperfeiçoar os sistemas de produção sustentável em sua Unidade de Produção Familiar (UPF). Agora toda produção de queijo, doces, bolos e biscoitos são realizadas por Dona Rosalia num fogão alimentado pelo biogás. E ela está muito satisfeita com o biogás, pois, não apresenta cheiro desagradável e a chama é alta.
Vale salientar sobre a importância do biodigestor como unidade de saneamento, já que utiliza o esterco animal produzido na UPF, que anteriormente era acumulado sobre o solo, podendo contaminar os lençóis freáticos da área.
Assim, é através das políticas públicas que promovam ações de Assistência Técnica e Extensão Rural, especialmente como essa que contribui para promover o desenvolvimento sustentável do meio rural, que se torna possível pensar e construir sistemas produtivos que combinem produtividade com a preservação do ecossistema.
Texto e imagens: Jacqueline Viana