Na 29ª edição da Escola de Formação de Juventudes para Convivência com o Semiárido (EFJCSA), os jovens Alane Brito e Ronildo Lima, participaram ativamente como representantes do Centro de Convivência e Desenvolvimento Agroecológico do Sudoeste da Bahia (Cedasb). A Escola de Formação foi realizada no Centro de Formação Dom José Rodrigues (CFDJR), do Instituto Regional da Pequena Agropecuária Apropriada (IRPAA) em Juazeiro/Ba.
Durante os 12 dias de atividades foram discutidos temas como: tradições dos povos originários que, através de gerações, souberam cuidar, cultivar e colher com sabedoria; a importância do solo, suas estruturas e composição, bem como os micro e macro organismos que o habitam; o papel da juventude como influenciadores e multiplicadores que podem desencadear mudanças significativas na região semiárida; entre outros.
A comunicação também foi destacada como uma ferramenta poderosa na batalha contra os estereótipos negativos difundidos pela grande mídia sobre o semiárido. Os jovens participantes puderam compreender a importância de desafiar essa narrativa, e como a comunicação pode contribuir para desmistificar o semiárido como um local de miséria e fome, substituindo essa visão limitada por uma compreensão das riquezas naturais e culturais que essa região possui.
A Téc. em Agropecuária do CEDASB, Alane Brito, que participou da Escola de Formação, falou um pouco sobre como foi a experiência. “Uma afirmação que realmente me chamou a atenção foi ‘Viver no semiárido é aprender a coexistir’. Porque é evidente como a implementação de estratégias de reservatórios de água, como a construção de cisternas e barreiros, a adoção de técnicas como a curva de nível na agricultura e a preservação da vegetação nativa da Caatinga, desempenham um papel fundamental para garantir uma convivência digna aqui no semiárido.”
Para Ronildo Borges, jovem agricultor da Comunidade Quilombola de Agreste (Tremedal/Ba) e sócio do CEDASB, a Escola de Formação foi uma experiência única e inspiradora em sua vida. “Durante 12 dias, tive a incrível oportunidade de compartilhar vivências com jovens vindos de diferentes estados. Essa troca intensa de experiências na escola de formação transformou minha visão em relação à Caatinga e ao Semiárido. Entre os principais ensinamentos, destaco a importância da comunicação dentro da comunidade, o fortalecimento das estratégias para conviver no Semiárido e o desenvolvimento das tecnologias apropriadas às necessidades específicas de cada local.”
Ao final do período de formação Alane e Ronildo retornaram trazendo na bagagem os conhecimentos contextualizados, e o entusiasmo de compartilhar suas experiências e influenciar positivamente suas comunidades.
Texto Jacqueline Viana - Comunicação Cedasb