“A juventude é a força que impulsiona a mudança. Sonhe grande e transforme o mundo.” foi a frase formada pelos jovens do campo ao iniciar o diagnóstico comunitário, uma atividade que faz parte do Projeto Mãos Jovens que Alimentam – Construindo Agroecologia no Sudoeste Baiano. Este projeto é fruto da cooperação internacional entre Terre des Hommes Schweiz e Cedasb, cujo principal objetivo é melhorar a qualidade de vida da juventude rural através de práticas agroecológicas e incentivo a uma rede de agrofloresteiros(as).
No primeiro semestre de 2025, foram realizados alguns diagnósticos em comunidades rurais dos municípios de Anagé e Aracatu. Essa atividade começou com uma mística conduzida pelos jovens presentes, o que proporcionou acolhimento e reflexão coletiva trazendo a fé religiosa praticada nas comunidades. Nesse momento, foi possível fazer o resgate da história das comunidades ali representadas a partir de suas tradições culturais, religiosas, costumes e aspectos econômicos.
A metodologia aplicada para este diagnóstico foi a matriz SWOT/FOFA, que permite analisar aspectos internos e externos da realidade da juventude. Divididos em dois grupos, os jovens analisaram as forças e fraquezas, bem como discutiram as oportunidades e ameaças na comunidade em que vivem. A aplicação dessa ferramenta estratégica possibilitou uma leitura crítica das condições vivenciadas pela juventude e seus potenciais transformadores. Essa atividade proporcionou o envolvimento dos participantes, o reconhecimento dos potenciais locais e a identificação dos desafios enfrentados pela juventude rural.
Também foi construído um diagrama de redes de apoio à juventude, conhecido como Diagrama de Venn, onde foram identificados diferentes níveis de presença e atuação de instituições e grupos na vida dos(as) jovens das comunidades. A análise revelou quem está mais próximo da realidade juvenil e quais atores ainda precisam fortalecer sua presença. No núcleo central deste diagrama, foram apontados os parceiros considerados mais presentes e atuantes no cotidiano desses jovens. No segundo nível, os jovens citaram a cultura local e as associações comunitárias. Já no terceiro círculo, o Cedasb foi um dos mencionados. Por fim, no quarto círculo, foram citados órgãos e instituições com pouca articulação direta com os jovens.
Ao final das atividades, aconteceu uma avaliação participativa na qual os(as) participantes expressaram suas percepções. Esses resultados demonstram a importância de ouvir e envolver a juventude na construção de soluções que valorizem seus territórios e fortaleçam sua permanência no campo com dignidade, identidade e oportunidades reais. Além do mais, as falas evidenciaram o quanto momentos como esse são fundamentais para mobilizar, engajar e fortalecer a juventude rural como protagonista de sua própria história.
A atividade foi encerrada com uma roda de conversa em clima de acolhimento, respeito e gratidão. Cada participante teve a oportunidade de compartilhar uma palavra ou sentimento que resumisse sua experiência no dia. Termos como “esperança”, “força”, “futuro”, “união”, “construção”, “mudança” se destacaram nas falas. Com isso, a equipe do CEDASB agradeceu a todos pela escuta e envolvimento de todos(as) reafirmando o compromisso com a construção coletiva de um campo vivo, digno e sustentável pautados nos princípios da agroecologia e no respeito e apoio às escolhas de vida das juventudes.
Autor do texto: Leandro Gonçalves e Lucilene Rosário.