Ser mulher no sertão
é unir doçura com facão
É Erguer-se na dor, e não desvalir
Na esperança de nas angústias não sucumbir.
A mulher do sertão é cheia de bravura
E no friviar das batalhas não perdem a ternura.
São Jessis, Valdas, Ildetes, Marias, Sandras, Delcis e Célias
Guerreiras do enfrentamento e das lutas sérias
Carregam água, filhos, marido, enxada, foice e lenha, se precisar
No seu lavoro, frescura não há.
Não são ajudantes dos maridos, e nem querem ser ajudadas por eles
Pois no companheirismo cada qual assume e executa seus deveres.
Então, ser mulher no sertão
É SER tão singular no plural
E plural no singular
É cotidianamente buscar o seu caminho
E também nele se encontrar.
Autoria – Eliane Almeida Imagens – Arquivo CEDASB