Nossa caminhada é longa e nossa procissão sempre segue em frente. Somos o “SerTão” do povo que nunca perde as esperanças. Somos a beleza que vai do estado bruto do cinza caatingueiro à delicadeza de um orvalho no alvorecer sertanejo, é bonito demais: só quem vive ‘aqui’ sabe do que estou dizendo.
Somos o esparramo de um terreiro varrido antes do sol escaldante ‘daqui a mais logo’. Somos as lutas, labutas, o suor da hora terça no roçado que é sustento da família. Somos resistência com doutorado e mestrando pós graduante em resiliência. Somos a alegria do fechar dos olhos da senhora que ao cantar bendito em louvor a nosso Senhor, vive naqueles poucos instante um estado de Céu. Somos a alegria das latadas e das folias, a beleza e do pé de peroba e das folhas de “crote” na boca do varandal. Somos o berrado da novilha no pé da cancela, que chora berrando sentindo falta do seu dono que ao final das tardes trazia seu alimento. Somos o canto do sabiá o grito e o aboio do vaqueiro nas quebradas do “SerTão”. Somos o cachorro campeiro que nunca se aparta do seu dono nas corridas pelos campos caatingueiros. Somos a Semente Crioula que é motivo de procissão e de devoção, que reúne todos e tudo, que nos faz ser àquilo que somos e seremos por entre os tempos. Pois a prece é que isso que nós somos nunca se acabe e que a gente num morra mais nunca, pois se matam nossa carcaça corporal nossa memória perpetua por toda a eternidade!
Texto – Comunicação CEDASB Arte/imagem – Aurélio Fred – Portal das Ceb’s